Fragmentos e conexões inesperadas Exhibition | [ voltar ]

Sintra  |  06/ABR a 09/JUN
MU.SA - Museu das Artes de Sintra

fragmentos
e
conexões 
inesperadas

“De nada vale apelar à nossa memória; ela dá-nos muito mais evidências da nossa variação do que da nossa coerência [...].  Nos nossos desejos, pesares, buscas, nas nossas emoções, paixões, e até nos esforços que fazemos para nos conhecer, somos o joguete de coisas ausentes ― que nem precisam de existir para agir sobre nós.” [1]
 

Não somos nós um conjunto de fragmentos?
A identidade pessoal tem sido uma fonte constante de inspiração da minha, se assim lhe pudermos chamar, poética criativa. A perceção e aceitação de mim mesmo como uma entidade fragmentada, composta por diversas facetas que se complementam, é uma dinâmica essencial na minha existência e, seguramente, no resultado do meu trabalho. No entanto, esse fascínio vai além do “eu” empírico, a observação dos meus pares, da minha tribo, o conhecimento e descoberta dos seus fragmentos, que os constroem como entidades únicas, são também parte desta observação e análise, instintiva, que faço no meu ato de existir.

Somos como uma pintura abstrata, criada de emoções, experiências, sonhos e desilusões, de erros inesperados. Somos um conjunto de fragmentos, aglomerados por conexões inesperadas num encontro do caos com a ordem que nos revela a essência e nos torna particulares.

“Fragmentos e conexões inesperadas” fala sobre isto, sobre os nossos bocados, peças soltas que nos constroem!
                                                                                                                                                                 Paulo Canilhas

[1] Paul Valéry in “Regards sur le monde actuel”

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