A “palavra” era coisa com importância na sociedade.
Antes da escrita, a comunicação dependia exclusivamente da oralidade, por consequência, a palavra tinha grande valor. Contos, mitos, lendas e saberes antigos foram passados em viva voz, de geração em geração. Promessas, juras e contratos foram cumpridos apenas pela palavra dada. A palavra era lei, era respeitada.

A palavra era tudo.

Com o aparecimento e incontornável desenvolvimento da escrita, as palavras ganharam forma, e esta forma permitiu o registo do conhecimento e da história de uma maneira que a memória humana, dotada apenas da palavra dita, jamais conseguiria acompanhar. Este desenvolvimento promoveu o avanço das tecnologias da comunicação, que por sua vez provocariam nova e radical mudança no peso da palavra. O aparecimento da imprensa, a rádio, a televisão e, mais recente, a internet, democratizaram o acesso à informação, à comunicação, e a palavra, apesar de assim alcançar audiências globais, ultrapassando fronteiras, geográficas e culturais, ...iniciou o seu declínio, começou a perder “peso” , banalizou-se na sua importância e sentido.

Hoje, embora continue a ser imprescindível na formação de opiniões e valores na nossa sociedade, a palavra encontra-se vazia de sentido. A palavra já não vale, já não é lei e contrato entre as pessoas que a proferem.
Hoje a palavra caminha para o estado de ornamento decorativo!
Palavra d`honra...

Terceiro Capítulo da série communicatio.onis: [ palavra ]